Ao desejo incontrolável de mover as pernas à noite, ao dormir, damos o nome de Síndrome das Pernas Inquietas (SPI). Justamente por se manifestar nos momentos de repouso, a SPI prejudica a qualidade do sono e acaba afetando a qualidade de vida de quem sofre da doença. Mas, o perigo de não tratá-la de modo adequado vai além.
Um estudo conduzido pela American Academy of Sleeping Medicine (AASM) concluiu que, quando severa, a Síndrome das Pernas Inquietas aumenta as chances de acidente vascular cerebral (AVC). Durante seis anos de acompanhamento foram 161 casos de AVC relacionados à SPI após ter sido considerado outros fatores de risco como idade, tabagismo, hipertensão e dieta não saudável.
Apesar disso, infelizmente a SPI ainda é negligenciada, já que muitos confundem seus sintomas com os da ansiedade. Para evitar que você cometa o erro, esclarecemos a seguir os principais pontos da síndrome.
O que exatamente é a Síndrome das Perna Inquietas?
A Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) é uma doença sensoriomotora também conhecida por síndrome de Ekbom. Pessoas que sofrem de SPI têm um desejo incontrolável de mover as pernas repetitivamente enquanto dormem.
Toda essa movimentação acaba sendo altamente maléfica ao sono, causando insônia e, no dia seguinte, esgotamento físico, cansaço e até nervosismo mental. Além de afetar a qualidade de vida, quem sofre de Síndrome das Pernas Inquietas e privação crônica de sono pode ter um risco maior de ter:
- Doenças cardíacas
- Acidente vascular cerebral
- Diabetes
- Doença renal
- Depressão
- Morte prematura
Quais as causas da SPI?
A causa da Síndrome das Pernas Inquietas ainda é desconhecida. Em alguns casos existe uma predisposição genética, mas acredita-se também que a doença pode ser fruto de um desequilíbrio de dopamina no cérebro.
Além disso, existem fatores de risco que podem ajudar a desenvolvê-la, como vida sedentária, tabagismo, obesidade, anemia e uso em excesso de cafeína.
Quais os sintomas da Síndrome das Pernas Inquietas?
Dentre os sintomas, o principal é o de manter as pernas em movimento, tanto quando se está sentado, com as pernas endireitadas, quando deitado. No entanto, pessoas que sofrem de Síndrome das Pernas Inquietas têm a piora dos sintomas ao dormir.
Nesse caso, durante o sono o indivíduo tem crises periódicas de movimento das pernas, chegando a chutá-las e movimentá-las enquanto dorme. Também é comum sentir câimbras ou dormências nas pernas, pés e, em alguns casos, inclusive nos braços. Outras sensações usuais incluem formigamentos, arrepios, dores, fisgadas, comichões, entre outras.
A gravidade dos sintomas da SPI varia, sendo que para algumas pessoas eles podem causar perturbações noturnas severas do sono que prejudicam significativamente a qualidade de vida.
Como é feito o diagnóstico?
Como comentamos no início, a Síndrome das Pernas Inquietas é frequentemente mal diagnosticada. Um médico especialista em medicina do sono é o indicado para fazer a avaliação. Para isso, o profissional faz uma investigação clínica e solicita o teste de polissonografia.
Por ser uma doença que afeta o sono e, por consequência, o desempenho das tarefas diárias, é mais do que recomendado que uma ajuda médica seja buscada quando os sintomas aparecerem.
Como tratar a Síndrome das Pernas Inquietas?
Uma vez que o diagnóstico é feito corretamente, a SPI pode ser tratada com sucesso. As estratégias variam de acordo com a gravidade da doença. Comumente, o tratamento inicia com mudança de hábito alimentar, buscando evitar consumo de alimentos e bebidas como possam estimular a SPI (tais como álcool, chocolate e café).
Recomenda-se também a prática de atividades físicas e de técnicas relaxantes para redução de estresse (como, por exemplo, meditação e ioga). Em alguns casos, o tratamento é feito com o uso de farmacêuticos.
Seja como for, não esqueça de procurar um profissional qualificado em caso de dúvidas e/ou para confirmação do diagnóstico. Nós, da São Marcos Pneumologia e Medicina do Sono, contamos com um quadro médico especializado e um laboratório do sono com capacidade de oito leitos fixos.
Quer saber mais? Entre em contato conosco.